O clima do último quadrimestre de 2023 em Mato Grosso do Sul foi totalmente fora do padrão. Temperaturas até 5°C acima da média e sensação térmica muito alta, devido às ondas de calor que atingiram o Estado e fizeram os termômetros chegar a 42°C. Como consequência principal, portanto, a população viu o consumo e a conta de energia dispararem.
Dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica mostram que nos últimos meses de 2023 o consumo de energia elétrica subiu mais de 20%, na comparação com 2022. Setembro, outubro e novembro tiveram aumentos de 20%, 26% e 25%, respectivamente, no consumo de energia por residências e pequenos negócios.
De fevereiro a junho de 2024, portanto, o consumo de energia elétrica em Mato Grosso do Sul também registrou aumentos significativos. Janeiro, fevereiro e março tiveram 11%, 15% e 16% de aumento, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2023. Em junho, o aumento foi de 17%.
No segundo semestre de 2023, Mato Grosso do Sul e Campo Grande atingiram quatro recordes de consumo de energia elétrica. As marcas foram alcançadas em setembro e novembro, meses em que o calor também atingiu recordes.
Assim, às 21h45 de 16 de novembro, Campo Grande marcava 31,6°C nos termômetros e o consumo de energia atingiu um novo recorde. Foram 1.419 MW (Megawatts), valor acima dos três recordes de demanda históricos atingidos em setembro.
Segundo a Energisa, nos dias 21, 25 e 26 de setembro, o Estado bateu recorde de consumo, com os índices mais altos já computados pela companhia. No dia 21, primeiro grande pico, o consumo chegou a 1.248 watts por hora. O recorde foi batido quatro dias depois, quando no dia 25 a empresa registrou uso diário de 1.395 watts por hora. No dia seguinte, 26 de agosto, uma nova elevação: 1.403 watts por hora.
No passado, os maiores consumos registrados ocorriam no período da tarde, já nos últimos dois anos, o comportamento do cliente mudou e o aumento de consumo identificado pela classe residencial ocorre no período da noite (por volta das 22h), devido à grande utilização de condicionadores de ar.
Com o aumento elevado, somente nos primeiros 25 dias deste mês, a Energisa registou 74 ocorrências relacionadas ao calor, que resultaram em média de 2,2 mil clientes com fornecimento interrompido.
Em 2023, foram quatro ondas de calor entre setembro e dezembro, que colocaram o Estado no topo do ranking de calor no Brasil. Porto Murtinho ganhou destaque seguidamente ao bater os próprios recordes de temperaturas máximas, chegando a 43,4°C. Inclusive, o município ocupou o pódio da cidade mais quente do país. Setembro e outubro foram os meses mais quentes do ano, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Ter geração de energia solar em casa é algo que passa pela cabeça de todo mundo, principalmente quando o preço da fatura sobe, mas os custos com instalação das placas inviabiliza a adesão de muitas famílias. Mas empresas têm investido no fornecimento digital de energia solar, numa mudança de relação com o mercado energético.
Essas empresas oferecem um mercado livre de energia. Na prática, por exemplo, significa que o consumidor pode passar a escolher de onde comprar energia e claro, negociar o preço. Numa clara abertura de mercado, empresas privadas produzem energia solar em grande quantidade e vendem para residências e pequenos comércios.
Uma delas é a Luz, empresa que tem 10 mil hectares com 7 mil placas solares produzindo energia em Mato Grosso do Sul. A produção é conectada à rede e o consumidor contrata, sem custo de investimento, podendo fazer uma portabilidade da sua fatura. Atualmente, a promessa é de até 40% de desconto na conta mensal.
Há algumas curiosidades no serviço oferecido, como a possibilidade de contratação por pessoas que moram em imóveis alugados e um medidor inteligente, onde é possível visualizar quais equipamentos mais gastam e quanto consomem de energia. Todavia, a opção é oferecida para clientes com conta mensal de energia a partir de R$ 150.
Fonte: Mídiamax