A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que o relatório preliminar sobre a queda do avião da VoePass, em Vinhedo (SP), deve sair em um prazo de 30 dias. A tragédia deixou 62 mortos.
Os gravadores de voo, conhecidos como caixas-pretas, chegaram ao laboratório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), em Brasília, na manhã de sábado (10/8).
Agora, os investigadores trabalham na preparação, extração e degravação dos dados. Após essa etapa, será feita a análise das informações.
"Neste estágio, serão examinadas as atividades relacionadas ao voo, o ambiente operacional e os fatores humanos, bem como um estudo pormenorizado de componentes, equipamentos, sistemas, infraestrutura, entre outros", explica a FAB.
Investigação civil
A Polícia Civil informou no sábado que um inquérito será instaurado na delegacia de Vinhedo para apurar todos os fatos relativos ao acidente.
Delegado titular da 1ª Seccional de Campinas, José Antônio Carlos de Souza ressaltou o trabalho de compartilhamento de informações entre todas as instituições envolvidas para minimizar o sofrimento dos familiares.
Já o superintendente da Polícia Federal, Rodrigo Sanfurgo, destacou que a PF empregou seus melhores equipamentos e profissionais, e que só sairá de Vinhedo "quando os trabalhos forem finalizados".
"Difícil falar em prazo, mas nós podemos afirmar que estamos trabalhando incansavelmente para finalizar esse trabalho e confortar todas as famílias. Estamos entregando todo nosso esforço", disse Sanfurgo.
Acidente
O avião da VoePass, de modelo ATR-72, partiu de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, quando, por volta das 15h, caiu verticalmente até colidir com o solo no quintal de uma casa em Vinhedo. A aeronave explodiu e pegou fogo. Ninguém no solo se feriu.
A principal suspeita sobre a causa do acidente é uma falha no sistema anticongelamento, que teria provocado o acúmulo de gelo na aeronave, fazendo com que o piloto perdesse o controle.
Em entrevista coletiva nesse sábado, o chefe do Cenipa, Brigadeiro Moreno, reforçou que o avião não fez comunicação de emergência com a torre de controle.