Nesta segunda-feira (9), mesmo dia em que o governador Eduardo Riedel (PSDB) anunciou que o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) irá a leilão, a SES (Secretaria Estadual de Saúde) publicou no Diário Oficial do Estado os critérios de regulação atualmente seguidos para a entrada de pacientes no atendimento de urgência e emergência, no ambulatório e para fazer cirurgias eletivas (as não urgentes).
As regras estão no formato de resolução, aprovada em outubro por comissão formada por secretários municipais de saúde e representantes da SES.
O mês em que elas foram aprovadas é o seguinte ao que a secretaria estadual retomou, oficialmente, maior controle do hospital. Antes de 1º de setembro, os pontos mais importantes da gestão eram administrados pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande).
Segundo justificou anteriormente o titular da SES, Maurício Simões, ao Campo Grande News, o objetivo da transição é "linkar [a instituição] a novo projeto, novo planejamento, do que queremos ver até 2035 no Estado".
Ele se referiu a uma rede hospitalar estadual formada pelo HRMS, que futuramente pode ser administrado por uma OS (organização Social) com o leilão, em união com os outros hospitais regionais de Mato Grosso do Sul. Além da Capital, Ponta Porã, Três Lagoas e Dourados têm seus Regionais e eles já são administrados por organizações privadas.
O Hospital Regional de Três Lagoas, que é administrado pelo Instituto Acqua (Foto: Divulgação/Governo de MS)
O que muda - A principal mudança é que ficará nas mãos do Estado a distribuição de pacientes. Todas as demandas deverão passar pela Central de Regulação da SES. Antes, tanto encaminhamentos de casos do interior quanto da Capital, eram regulados pela central de regulação de Campo Grande, junto à Sesau.
De acordo com a assessoria de imprensa da SES, a publicação de segunda-feira referenda que a distribuição será feita pela central de regulação estadual e pelo Core (Complexo Regular Estadual), da secretaria estadual.
"Essa medida busca otimizar os recursos e garantir um atendimento mais eficiente à população, distribuindo a demanda de forma estratégica entre as unidades hospitalares regionais", acrescentou em nota.
Uma das entradas do Hospital Regional de MS (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Sesau é contrária - A Secretaria Municipal de Saúde se manifestou contra a mudança este ano. Em nota enviada sete dias após a SES assumir o comando da regulação, a pasta registrou uma diminuição da quantidade de pacientes de Campo Grande dando entrada na instituição. "Já percebemos uma diminuição de aceites a este hospital, antes, eram 30 pacientes/dia, agora está em torno de 10. Ainda estamos medindo o impacto", detalhou em um trecho.
A reportagem pediu atualização à assessoria da pasta ontem (10), sobre os impactos medidos até agora. Não houve resposta até o fechamento desta matéria.
Fonte: CAMPO GRANDE NEWS